A reprodução das baratas
inicia-se com a liberação de ferormônios sexuais tanto por parte da fêmea quanto
do macho, atraindo e estimulando-se mutuamente, dando início ao comportamento
sexual.
Quando há o encontro, o casal inicia o cortejo caracterizado pelo
intenso tocar de antenas. Os machos de algumas espécies exibem corte com
estridulação (produzem e emitem som estridente) que podem chegar a 60 dB
(decibéis).
Quando ambos ficam ligados pela genitália, o macho vira em 180°, e
assumem a posição conhecida como end-to-end, na qual ocorre a
transmissão dos espermatozóides em forma de espermatóforos. A cópula pode durar
uma hora ou mais e cada parceiro pode copular mais de uma vez.
A maioria das baratas é
ovípara (põe ovos) e seus ovos são envoltos e protegidos pela ooteca (envoltório
constituído de membrana coriácea, onde os ovos contam com ambiente favorável),
cujo formato, tamanho e número de ovos presentes variam conforme a espécie.
Essas ootecas, depois de construídas, são
carregadas durante horas ou dias pela fêmea, presas nas valvas sob o abdome, até
que são abandonadas ou depositadas em frestas, entre pedras, nos muros ou nos
móveis. Algumas espécies podem camuflá-las, cobrindo-as com detritos.
Espécies como a Pycnoscelus
suinamensis são partenogenéticas, isto é, desenvolvem-se indivíduos
geneticamente idênticos à fêmea, sem que haja a participação de um macho. As
ninfas, após eclodirem, saem da ooteca por conta própria ou com o auxílio da
mãe, que abre uma fenda na extremidade da ooteca com sua mandíbula.
Podem-se distinguir três tipos de
desenvolvimento na Ordem Blattariae:
• Espécies ovíparas: é a forma mais comum
entre os insetos em geral, na qual há a formação de ovos que se desenvolvem
externamente ao corpo da fêmea. Popularmente as ootecas são interpretadas como
“ovos da barata”, entretanto, cada ooteca possui vários ovos. São ovíparas:
Periplaneta americana e Batta orientalis.
• Espécies ovovivíparas: há a formação de uma
carioteca membranosa (algo como uma membrana mais flexível que a ooteca)
envolvendo os ovos, que os isola da mãe, mesmo estando dentro dela. Desta forma,
ocorre a incubação interna desses ovos pela fêmea fecundada, dentro de uma
estrutura denominada de saco reprodutivo, que faz parte do sistema reprodutivo
da fêmea.
Essa carioteca forma grupos mais reduzidos de ovos, portanto são de
tamanhos menores. A incubação pode ser mantida até a eclosão das ninfas. Tem-se
com exemplo a Battella germanica.
• Espécies vivíparas: a carioteca membranosa
é incompleta em sua formação, permitindo a troca de nutrientes entre o jovem e a
mãe, durante o desenvolvimento embrionário. Pode-se considerar como um
desenvolvimento mais diretamente ligado às condições fisiológicas da mãe. Um
exemplo é a Diploptera punctata.
O período de incubação nas ovovivíparas e nas
vivíparas varia entre cinco e catorze semanas.
Cada ninfa que eclode de cada ovo possui um
desenvolvimento mais lento e se assemelham muito aos adultos, entretanto são
ápteros. O período ninfal dura, em média, de quatro meses a um ano, dependendo
da espécie e das condições ambientais. Os adultos de espécies pequenas vivem de
um a dois anos, e de espécies grandes, de dois a quatro anos.
Algumas espécies são mais conhecidas, devido
o seu interesse econômico e zoosanitário. Desta forma, apresenta-se a seguir
algumas características do ciclo de desenvolvimento de algumas espécies
sinantrópicas:
• A P. americana, uma espécie
ovípara, quando em ambiente com temperatura média de 29 °C, possui 11 ou 12
ínstares (fases de desenvolvimento delimitadas por cada ecdise), com duração de
oito a nove meses no total. A fêmea adulta produz em média, 51 ootecas com 16
ovos cada, durante 13 a 25 meses.
• A B. orientallis é uma espécie
ovípara. Seu primeiro instar se mantém durante pouco tempo e, neste momento, o
indivíduo é caracterizado morfologicamente (de acordo com sua aparência física
externa) como vermiforme, ou melhor, em forma de verme, que é denominado
protoninfa. Seu ciclo de desenvolvimento total leva em torno de 275 dias, a 27,5
°C, para se tornar adulta. A fêmea oviposita, em média, 45 ootecas em três
meses.
• A B. germanica, por sua vez,
ovipõe em média 4 ootecas durante sua vida, cada qual contendo 22 ovos.
Analisando essas três espécies mais
recorrentes nos ambientes urbano/domiciliar, pode-se notar que a P.
americana é, provavelmente, a mais abundante, pois sua reprodução gera
maior número de indivíduos.
O local de desenvolvimento e o de
reprodução pode variar conforme a espécie. Algumas preferem viver e se
reproduzir dentro de habitações, outras preferem fora delas, como por exemplo,
jardins, locais de acúmulo de lixo, fossas, latrinas, tubulações de esgoto,
etc.
Durante o ciclo reprodutivo há alguns
momentos em que o indivíduo está mais suscetível aos seus inimigos naturais,
sejam eles parasitas, sejam predadores. Por exemplo, algumas vespas (Ordem
Hymenoptera), tais como as das famílias Evaniidae, Encyrtidae, Eulophidae e
Chalcididae, parasitam os ovos das baratas; outro exemplo são as vespas da
família Sphecidae, em especial, os gêneros Podium spp. e
Trigonopsis spp., que atacam ninhos, ferroando e paralisando as
ninfas.
Como evitar Baratas em
Restaurantes?
É importante reforçar que as baratas
sinantrópicas proliferam-se abundantemente porque o homem fornece as condições
ideais para seu desenvolvimento e as transportam tão eficientemente que não há
dificuldades de se desenvolverem e nem de se estabelecerem em diferentes locais.
Para minimizar tais problemas o melhor método de combate para as espécies
sinantrópicas é a limpeza dentro e fora dos domicílios ou estabelecimentos
comerciais, evitando restos de alimento e acúmulo de lixo.
Evitar, também,
ambientes úmidos, escuros e sem ventilação e com muitas frestas, onde as baratas
podem se esconder. As baratas domésticas são muito sensíveis ao ressecamento e
têm atividade noturna, fugindo da luz. Além disto, as baratas se alimentam de
fungos, que se desenvolvem prioritariamente nesse tipo de ambiente.
Como evitar Baratas em
Hospitais?
Além das observações feitas para se
evitar as baratas em restaurantes, o controle de
baratas em hospitais também deve ser monitorado e realizado
frequentemente porque a maioria pode portar pelo menos um tipo de bactérias.
Além da constatação visual, a utilização de armadilhas adesivas contribui para
avaliação do grau de infestação desses insetos nestes estabelecimentos.
Algumas medidas profiláticas são de
extrema importância para evitar que o inseto tenha acesso ao interior do
estabelecimento, e dentre essas, estão: o acondicionamento de caixas de papelão
com alimentos e materiais diversos em locais limpos e climatizados, a fim de
evitar que se tornem atrativos alimentares ou de possíveis ninhos para as
baratas; Janelas e portas devem permanecer fechadas ou com telas de proteção,
visto que baratas são insetos voadores, e podem adentrar o hospital por essas
aberturas.
É preciso cuidar das práticas
alimentares em refeitórios e leitos, retirando todo e qualquer resíduo de comida
que permanecer no local, além de acondicioná-los em locais apropriados e
fechados.
Todos os ralos e encanamentos precisam
estar em constante manutenção, assim como quaisquer buracos ou vãos em paredes.
Os ralos precisam ser fechados, além de serem higienizados constantemente.
Diariamente, é preciso que haja no
hospital ações de monitoramento por pessoas habilitadas para exercer ação
preventiva, além dos serviços de rotina. Mensalmente, áreas críticas como
cozinhas, copas, despensas, almoxarifados e rede de esgoto devem ser
desinsetizadas, usando produtos químicos de baixo risco.